sábado, 7 de abril de 2012

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO


Ciências – o corpo humano
Carlos Barros e Wilson Paulino
8º ano

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO
         Vimos que o corpo humano é formado por trilhões de células e que entre elas existe uma nítida divisão de trabalho. Essa divisão de trabalho é consequência da diferenciação celular, processo que permite a formação de células especializadas na execução de determinada função no organismo. Por exemplo, uma célula muscular se contrai, contribuindo na movimentação de determinada região do corpo.
         As células do corpo humano são, em última análise, derivadas da célula-ovo ou zigoto. Todas as células diploides do corpo humano têm os mesmos cromossomos e os mesmos genes e num tipo de célula ficam desativados em outro tipo, e vice-versa.
         Como você já sabe, o corpo humano é formado por trilhões de células. Cada célula
TECIDOS
         No corpo humano células semelhantes se organização em grupos. Desempenhando, em cooperação, uma função determinada. Esses agrupamentos celulares são chamados tecidos.
         Existem quatro tipos principais de tecidos em nosso corpo: epitelial (epitélio), conjuntivo, muscular e nervoso. Esses tecidos serão estudados a seguir.
TECIDO EPITELIAL
         As células que formam o tecido epitelial geralmente têm formato poliédrico (podem ser cúbicas, cilíndricas, etc.) e são justapostas, isto é, ficam “encostadas” uma na outra.
         O tecido epitelial reveste e protege as superfícies do organismo. Esse tecido pode ser visto, por exemplo, na camada mais superficial da pele e das mucosas.
         A pele é um dos órgãos do nosso corpo. A parte superficial da pele, denominada epiderme, é formada por várias camadas do tecido epitelial. A parte profunda da pele, denominada derme, é formada de tecido conjuntivo.
         As mucosas revestem as cavidades de órgão como a boca, o nariz, o estômago e o intestino. A parte da mucosa que está voltada para a cavidade é formada de tecido epitelial; mais internamente, após o tecido epitelial, a mucosa é formada de tecido conjuntivo.
         Há regiões em que as células do tecido epitelial formam glândulas – estruturas que fabricam certos produtos, como saliva, suor, lágrimas e hormônio. Assim, existem diversos tipos de glândulas no nosso corpo, como as sudoríparas (ou sudoríferas) presentes na pele, que produzem o suor.
         Um pouco mais sobre a pele. A pele representa cerca de 15% do peso de um ser humano adulto, cobrindo uma área de aproximadamente 2 metros quadrados.
         As células mais superficiais da epiderme humana são impregnadas por uma substância impermeabilizante chamada queratina. Uma vez impermeabilizada, essas células ficam impedidas  de receber nutrientes e morrem. Mas a queratina representa uma importante barreira protetora, pois evita que o organismo sofra desidratação, ou seja, perca muita água para o ambiente. Além disso, a queratina é muito resistente à decomposição, constituindo uma barreira contra a invasão de microrganismos existentes no ambiente externo.
         As células mortas da superfície da epiderme estão sempre se descamando e são continuamente renovadas por outras que se multiplicam na camada basal da epiderme.
         Algumas células da epiderme produzem uma substância escura chamada melanina. Essa substância protege os tecidos internos do corpo contra a ação dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Sabe-se que esses raios são capazes, por exemplo, de provocar câncer de pele.
         Quanto maior a quantidade de melanina na pele, mais escura é a pele da pessoa e maior sua proteção contra radiações solares.
TECIDO CONJUNTIVO
         O tecido conjuntivo promove a sustentação, a proteção e a união de alguns órgãos do corpo.
         É o tecido em maior quantidade em nosso corpo. Ele é formado por células que se encontram separadas umas das outras. O espaço entre as células é preenchido por um material que constitui a chama matriz intercelular.
         A matriz intercelular é constituída principalmente de água e de fibras de proteína. As fibras de proteína podem ser de vários tipos. Entre elas destacam-se as fibras colágenas e as fibras elásticas. As fibras colágenas – formadas por um tipo de proteína chamada colágeno – são bastantes resistentes. O colágeno é uma proteína abundante em diversas partes do corpo, como ossos, cartilagens, tendões e ligamentos. As fibras elásticas – formadas por uma proteína chamada elastina – são delicadas e possuem grande elasticidade. São abundantes, por exemplo, na pele e nos pulmões.
         Existem vários tipos de tecido conjuntivo: um deles forma a derme, a camada da pele logo abaixo da epiderme.
         Entre os vários tipos de tecido conjuntivo, estudaremos os seguintes: cartilagíneo (ou cartilaginoso), adiposo, ósseo e sanguíneo.
         Tecido cartilagíneo. Constitui a cartilagem e está presente em várias partes de nosso corpo: do nariz, da orelha e na traqueia, por exemplo. O tecido cartilagíneo ajuda a dar forma e sustentação a essas estruturas. Nas articulações móveis entre os ossos, o tecido cartilagíneo recobre a superfície articular dos ossos, contribuindo para o deslizamento deles.
         Tecido adiposo. É formado por células que armazenam gordura. Atua, então, como reserva de energia, uma vez que a gordura é armazenada pode ser usada pelo organismo como fonte de energia.
         Além disso, o tecido adiposo pode atuar como um eficiente meio de isolamento térmico, já que a camada gordurosa defende o organismo contra perdas de calor para o ambiente externo.
         Outra função do tecido adiposo é sustentar e proteger alguns órgãos, como os rins.
         Na palma das mãos e na planta dos pés, esse tecido atua como uma espécie de amortecedor contra choques mecânicos, suavizando, por exemplo o impacto dos pés com o solo durante uma corrida.
         Tecido ósseo. Um dos tecidos que formam o esqueleto do nosso corpo é o tecido ósseo.
contém muitas fibras colágenas e sais de cálcio e de fósforo, que proporcionam rigidez e resistência aos ossos. Assim, o tecido conjuntivo ósseo é o principal tecido responsável pela resistência do esqueleto.
         O tecido ósseo relaciona-se, então, com a sustentação do corpo e pode também atuar como um reservatório de cálcio para o organismo.
         Tecido sanguíneo. O sangue é um tipo de tecido conjuntivo. Nele a matriz intercelular é líquida e constitui o plasma sanguíneo formado principalmente de água (mais de 90%), além de outros componentes, como sais minerais e proteínas.
         O sangue constitui dois tipos básicos de células: glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias) e glóbulos brancos (leucócitos).
         Glóbulos vermelhos são células sem núcleo. Têm a forma de disco e vivem cerca de 120 dias. Elas transportam e distribuem gás oxigênio por todo o organismo.
         As hemácias possuem hemoglobina, uma substancia vermelha que se combina com o gás oxigênio e o transportas às células do corpo.
         A quantidade de hemácias no ser humano é de, aproximadamente, 5 milhões por milímetro cúbico de sangue.
         Glóbulos brancos são células mais ou menos esféricas e com núcleo. Os glóbulos brancos estão associados com a defesa do organismo, fagocitando microrganismos invasores e destruindo-os. Certos glóbulos brancos são muito ativos na produção de anticorpos, substâncias que defendem o organismo contra ação de antígenos, materiais que podem estar contidos em microrganismos, alimentos, drogas, etc. No ser humano existem, aproximadamente, 8 mil glóbulos brancos pro milímetro cúbico de sangue.
         O sangue apresenta também fragmentos de células denominados plaquetas (ou trombócitos). As plaquetas participam da coagulação do sangue. Há no ser humano aproximadamente, 300 mil plaquetas por milímetro cúbico de sangue.
         No corpo humano o sangue transporta nutrientes, gases respiratórios (gás oxigênio e gás carbônico), hormônios e resíduos da atividade celular, como a ureia, que devem ser eliminados do organismo. Além disso, participa da defesa do organismo por meio da ação dos glóbulos brancos.
TECIDO MUSCULAR
         É formado por células alongadas com capacidade de contração e subsequente relaxamento. Essa capacidade proporciona os movimentos do corpo. As células musculares são chamadas fibras musculares (ou miócitos).
         Há três tipos de tecido muscular: não estriado ou liso; estriado esquelético; e estriado cardíaco.
·          Tecido muscular não estriado (ou liso) – suas células têm contração lenta e involuntária, isto é, contraem-se independentemente da nossa vontade. Esse tecido é encontrado nas paredes de certos órgãos, como o estômago, os intestinos e a bexiga urinária.
·          Tecido muscular estriado esquelético – suas células têm contração vigorosa e voluntária, isto é, contraem-se de acordo com a nossa vontade. Participa, por exemplo, da constituição dos músculos peitoral maior (do peito), bíceps e tríceps braquial (do braço).
·          Tecido muscular estriado cardíaco – suas células têm contração vigorosa e involuntária. Esse tecido constitui o miocárdio, o músculo do coração.
TECIDO NERVOSO
         O tecido nervoso participa da constituição dos órgãos que formam o sistema nervoso, como o cérebro. Nesse tecido, destacaremos os neurônios, células de forma estrelada, geralmente longas, sensíveis a estímulos ambientais externos ou do próprio corpo e capazes de conduzir impulsos nervosos e interpretá-los.
         Os neurônios apresentam um corpo celular, que contém um núcleo, e dois tipos de prolongamento: o axônio e os dendritos.
         O axônio é um prolongamento geralmente extenso, que se ramifica apenas na extremidade. Os dendritos são prolongamentos que ramificam a partir do corpo celular.
         Quando um neurônio recebe determinado estímulo, como frio ou calor, esse estímulo pode gerar impulsos nervosos. Então, os impulsos nervosos são conduzidos , geralmente, no seguinte sentido: dendritos → corpo celular → axônio. Ao chegarem ao final do axônio, os impulsos passam para outro neurônio ou outro tecido.
ÓRGÃOS
         Os tecidos também se agrupam em nosso organismo. Um agrupamento de tecidos que interagem forma um órgão.
         O estômago, por exemplo, é um órgão do corpo humano. Nele podemos reconhecer a presença dos tecidos epitelial, muscular, entre outros.
SISTEMAS
         Vários órgãos interagem no corpo humano, desempenhando determinada função no organismo. Esse conjunto de órgãos associados forma um sistema.
         O sistema digestório humano, por exemplo, atua no processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse sistema é formado por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Além dessas estruturas, o sistema digestório humano compreende glândulas anexas, como salivares, o pâncreas e o fígado.
         O conjunto de todos os sistemas constitui o organismo. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa integração é fundamental para manter a saúde do organismo como um todo e, consequentemente, a vida.
         Veja os sistemas do corpo humano que estudaremos no decorrer deste ano letivo:
·          Sistema genital (ou reprodutor);
·          Sistema digestório;
·          Sistema respiratório;
·          Sistema cardiovascular (ou circulatório);
·          Sistema imunitário (ou imune)
·          Sistema urinário (ou excretor);
·          Sistema esquelético;
·          Sistema muscular;
·          Sistema nervoso;
·          Sistema endócrino.
Resumindo, desde a célula até o organismo, podemos reconhecer no nosso corpo os seguintes níveis de organização, em ordem crescente de complexidade:
Célula → tecido → órgão → sistema → organismo

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