Ciências
– o corpo humano
Carlos
Barros e Wilson Paulino
8º
ano
NÍVEIS
DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO
Vimos que o corpo humano é formado por
trilhões de células e que entre elas existe uma nítida divisão de trabalho.
Essa divisão de trabalho é consequência da diferenciação celular,
processo que permite a formação de células especializadas na execução de
determinada função no organismo. Por exemplo, uma célula muscular se contrai,
contribuindo na movimentação de determinada região do corpo.
As células do corpo humano são, em
última análise, derivadas da célula-ovo ou zigoto. Todas as células diploides
do corpo humano têm os mesmos cromossomos e os mesmos genes e num tipo de
célula ficam desativados em outro tipo, e vice-versa.
Como você já sabe, o corpo humano é
formado por trilhões de células. Cada célula
TECIDOS
No corpo humano células semelhantes se
organização em grupos. Desempenhando, em cooperação, uma função determinada.
Esses agrupamentos celulares são chamados tecidos.
Existem quatro tipos principais de
tecidos em nosso corpo: epitelial (epitélio), conjuntivo, muscular e nervoso.
Esses tecidos serão estudados a seguir.
TECIDO
EPITELIAL
As células que formam o tecido
epitelial geralmente têm formato poliédrico (podem ser cúbicas, cilíndricas,
etc.) e são justapostas, isto é, ficam “encostadas” uma na outra.
O tecido epitelial reveste e protege as
superfícies do organismo. Esse tecido pode ser visto, por exemplo, na camada
mais superficial da pele e das mucosas.
A pele é um dos órgãos do nosso corpo.
A parte superficial da pele, denominada epiderme, é formada por várias
camadas do tecido epitelial. A parte profunda da pele, denominada derme,
é formada de tecido conjuntivo.
As mucosas revestem as cavidades de
órgão como a boca, o nariz, o estômago e o intestino. A parte da mucosa que
está voltada para a cavidade é formada de tecido epitelial; mais internamente,
após o tecido epitelial, a mucosa é formada de tecido conjuntivo.
Há regiões em que as células do tecido
epitelial formam glândulas – estruturas que fabricam certos produtos,
como saliva, suor, lágrimas e hormônio. Assim, existem diversos tipos de
glândulas no nosso corpo, como as sudoríparas (ou sudoríferas) presentes na
pele, que produzem o suor.
Um
pouco mais sobre a pele. A pele representa cerca de 15% do peso de um ser
humano adulto, cobrindo uma área de aproximadamente 2 metros quadrados.
As células mais superficiais da
epiderme humana são impregnadas por uma substância impermeabilizante chamada queratina.
Uma vez impermeabilizada, essas células ficam impedidas de receber nutrientes e morrem. Mas a
queratina representa uma importante barreira protetora, pois evita que o
organismo sofra desidratação, ou seja, perca muita água para o ambiente. Além
disso, a queratina é muito resistente à decomposição, constituindo uma barreira
contra a invasão de microrganismos existentes no ambiente externo.
As células mortas da superfície da
epiderme estão sempre se descamando e são continuamente renovadas por outras
que se multiplicam na camada basal da epiderme.
Algumas células da epiderme produzem
uma substância escura chamada melanina. Essa substância protege os
tecidos internos do corpo contra a ação dos raios ultravioletas emitidos pelo
Sol. Sabe-se que esses raios são capazes, por exemplo, de provocar câncer de
pele.
Quanto maior a quantidade de melanina
na pele, mais escura é a pele da pessoa e maior sua proteção contra radiações
solares.
TECIDO
CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo promove a
sustentação, a proteção e a união de alguns órgãos do corpo.
É o tecido em maior quantidade em nosso
corpo. Ele é formado por células que se encontram separadas umas das outras. O
espaço entre as células é preenchido por um material que constitui a chama
matriz intercelular.
A matriz intercelular é constituída
principalmente de água e de fibras de proteína. As fibras de proteína podem ser
de vários tipos. Entre elas destacam-se as fibras colágenas e as fibras
elásticas. As fibras colágenas – formadas por um tipo de proteína chamada
colágeno – são bastantes resistentes. O colágeno é uma proteína abundante em
diversas partes do corpo, como ossos, cartilagens, tendões e ligamentos. As
fibras elásticas – formadas por uma proteína chamada elastina – são delicadas e
possuem grande elasticidade. São abundantes, por exemplo, na pele e nos
pulmões.
Existem vários tipos de tecido
conjuntivo: um deles forma a derme, a camada da pele logo abaixo da epiderme.
Entre os vários tipos de tecido
conjuntivo, estudaremos os seguintes: cartilagíneo (ou cartilaginoso), adiposo,
ósseo e sanguíneo.
Tecido cartilagíneo. Constitui a
cartilagem e está presente em várias partes de nosso corpo: do nariz, da orelha
e na traqueia, por exemplo. O tecido cartilagíneo ajuda a dar forma e
sustentação a essas estruturas. Nas articulações móveis entre os ossos, o
tecido cartilagíneo recobre a superfície articular dos ossos, contribuindo para
o deslizamento deles.
Tecido adiposo. É formado por
células que armazenam gordura. Atua, então, como reserva de energia, uma vez
que a gordura é armazenada pode ser usada pelo organismo como fonte de energia.
Além disso, o tecido adiposo pode atuar
como um eficiente meio de isolamento térmico, já que a camada gordurosa defende
o organismo contra perdas de calor para o ambiente externo.
Outra função do tecido adiposo é
sustentar e proteger alguns órgãos, como os rins.
Na palma das mãos e na planta dos pés,
esse tecido atua como uma espécie de amortecedor contra choques mecânicos,
suavizando, por exemplo o impacto dos pés com o solo durante uma corrida.
Tecido ósseo. Um dos tecidos que
formam o esqueleto do nosso corpo é o tecido ósseo.
contém
muitas fibras colágenas e sais de cálcio e de fósforo, que proporcionam rigidez
e resistência aos ossos. Assim, o tecido conjuntivo ósseo é o principal tecido
responsável pela resistência do esqueleto.
O tecido ósseo relaciona-se, então, com
a sustentação do corpo e pode também atuar como um reservatório de cálcio para
o organismo.
Tecido sanguíneo. O sangue é um
tipo de tecido conjuntivo. Nele a matriz intercelular é líquida e constitui o
plasma sanguíneo formado principalmente de água (mais de 90%), além de outros
componentes, como sais minerais e proteínas.
O sangue constitui dois tipos básicos
de células: glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias) e glóbulos brancos
(leucócitos).
Glóbulos vermelhos são células sem
núcleo. Têm a forma de disco e vivem cerca de 120 dias. Elas transportam e
distribuem gás oxigênio por todo o organismo.
As hemácias possuem hemoglobina, uma
substancia vermelha que se combina com o gás oxigênio e o transportas às células
do corpo.
A quantidade de hemácias no ser humano
é de, aproximadamente, 5 milhões por milímetro cúbico de sangue.
Glóbulos brancos são células mais ou
menos esféricas e com núcleo. Os glóbulos brancos estão associados com a defesa
do organismo, fagocitando microrganismos invasores e destruindo-os. Certos
glóbulos brancos são muito ativos na produção de anticorpos, substâncias que
defendem o organismo contra ação de antígenos, materiais que podem estar
contidos em microrganismos, alimentos, drogas, etc. No ser humano existem,
aproximadamente, 8 mil glóbulos brancos pro milímetro cúbico de sangue.
O sangue apresenta também fragmentos de
células denominados plaquetas (ou trombócitos). As plaquetas participam da
coagulação do sangue. Há no ser humano aproximadamente, 300 mil plaquetas por
milímetro cúbico de sangue.
No corpo humano o sangue transporta
nutrientes, gases respiratórios (gás oxigênio e gás carbônico), hormônios e
resíduos da atividade celular, como a ureia, que devem ser eliminados do organismo.
Além disso, participa da defesa do organismo por meio da ação dos glóbulos
brancos.
TECIDO
MUSCULAR
É formado por células alongadas com
capacidade de contração e subsequente relaxamento. Essa capacidade proporciona
os movimentos do corpo. As células musculares são chamadas fibras musculares
(ou miócitos).
Há três tipos de tecido muscular: não
estriado ou liso; estriado esquelético; e estriado cardíaco.
·
Tecido
muscular não estriado (ou liso) – suas células têm contração lenta e
involuntária, isto é, contraem-se independentemente da nossa vontade. Esse
tecido é encontrado nas paredes de certos órgãos, como o estômago, os
intestinos e a bexiga urinária.
·
Tecido
muscular estriado esquelético – suas células têm contração vigorosa e
voluntária, isto é, contraem-se de acordo com a nossa vontade. Participa, por
exemplo, da constituição dos músculos peitoral maior (do peito), bíceps e
tríceps braquial (do braço).
·
Tecido
muscular estriado cardíaco – suas células têm contração vigorosa e
involuntária. Esse tecido constitui o miocárdio, o músculo do coração.
TECIDO
NERVOSO
O tecido nervoso participa da
constituição dos órgãos que formam o sistema nervoso, como o cérebro. Nesse
tecido, destacaremos os neurônios, células de forma estrelada, geralmente
longas, sensíveis a estímulos ambientais externos ou do próprio corpo e capazes
de conduzir impulsos nervosos e interpretá-los.
Os neurônios apresentam um corpo
celular, que contém um núcleo, e dois tipos de prolongamento: o axônio e os
dendritos.
O axônio é um prolongamento geralmente
extenso, que se ramifica apenas na extremidade. Os dendritos são prolongamentos
que ramificam a partir do corpo celular.
Quando um neurônio recebe determinado
estímulo, como frio ou calor, esse estímulo pode gerar impulsos nervosos. Então,
os impulsos nervosos são conduzidos , geralmente, no seguinte sentido:
dendritos → corpo celular → axônio. Ao chegarem ao final do axônio, os impulsos
passam para outro neurônio ou outro tecido.
ÓRGÃOS
Os tecidos também se agrupam em nosso
organismo. Um agrupamento de tecidos que interagem forma um órgão.
O estômago, por exemplo, é um órgão do
corpo humano. Nele podemos reconhecer a presença dos tecidos epitelial,
muscular, entre outros.
SISTEMAS
Vários órgãos interagem no corpo
humano, desempenhando determinada função no organismo. Esse conjunto de órgãos
associados forma um sistema.
O sistema digestório humano, por
exemplo, atua no processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse
sistema é formado por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e
intestino grosso. Além dessas estruturas, o sistema digestório humano
compreende glândulas anexas, como salivares, o pâncreas e o fígado.
O conjunto de todos os sistemas
constitui o organismo. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa
integração é fundamental para manter a saúde do organismo como um todo e,
consequentemente, a vida.
Veja os sistemas do corpo humano que
estudaremos no decorrer deste ano letivo:
·
Sistema
genital (ou reprodutor);
·
Sistema
digestório;
·
Sistema
respiratório;
·
Sistema
cardiovascular (ou circulatório);
·
Sistema
imunitário (ou imune)
·
Sistema
urinário (ou excretor);
·
Sistema
esquelético;
·
Sistema
muscular;
·
Sistema
nervoso;
·
Sistema
endócrino.
Resumindo, desde a célula até o
organismo, podemos reconhecer no nosso corpo os seguintes níveis de
organização, em ordem crescente de complexidade:
Célula → tecido → órgão → sistema
→ organismo
Incrivel,serviu muito bem ! :D
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